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Livro conta a história do Baila Floripa

O livro “Baila Floripa – No Cenário da Dança de Salão Brasileira”, de Alexandre Melo, será lançado neste sábado (28/04), às 20h, no piso G2 do Majestic Palace Hotel, antecedendo o baile de abertura da XI Mostra de Dança de Salão de Florianópolis – Baila Floripa 2012. A edição independente traz parte da história do evento, criado em 2002 com o intuito de oferecer espaço para os artistas locais apresentarem seus trabalhos e que, agora, recebe dançarinos de todo o País e exterior. “A ideia surgiu em 2009, mas, com o aparecimento de cada vez mais informações, a pesquisa se alongou e concluí em novembro de 2011”, diz o autor.

Formado em educação física e professor de dança de salão desde 1990, Alexandre é um dos 23 fundadores da Associação Catarinense de Dança de Salão (Acads), entidade instituída em 2000 e da qual foi o primeiro presidente, permanecendo por três gestões consecutivas, de 2002 até 2006. “Havia necessidade de ampliar a divulgação da dança de salão em Santa Catarina. Com o Baila Floripa, que veio logo depois, atingimos o grande público. Estima-se que, na época, havia cerca de seis escolas na Grande Florianópolis. Hoje, são 12 ou 15”.

A investigação sobre os bastidores, desenvolvimento e projeção que a mostra alcançou envolveu depoimentos, informações veiculadas pela imprensa e documentos da Acads. Mas iniciou pela própria memória, o que fez vir à tona e ao papel fatos curiosos, como o episódio do mexicano que vive em Los Angeles, Luis Vasquez, convidado para dar aulas de salsa em 2004. Pautado para uma entrevista ao vivo a uma emissora local de TV, precisou ser levado para o chuveiro, pois não conseguia acordar. “Tranquei o banheiro e o coloquei debaixo da água fria. E a entrevista depois foi excelente”, diverte-se Alexandre.

No mesmo ano, Jomar Mesquita, de Belo Horizonte, minutos antes de entrar em cena como convidado, machucou-se na passagem da coreografia. Vaivém entre hospital e teatro, dançou um bolero com um dos braços apoiado na tipoia devido a uma luxação na clavícula. Era a primeira vez que um incidente deste lhe acontecia à beira do espetáculo. Sua parceira era Juliana Macedo e o palco foi dividido com seu pai, João Baptista Mesquita, já falecido, que dançou em perfeita sincronia com outra integrante da Mimulus Cia. de Dança. Foi um momento histórico para o mineiro e para o Baila Floripa.

Do erudito ao popular

As fontes da pesquisa também tiveram origem acadêmica. Para nortear a tarefa, o autor partiu da leitura de dois artigos: um dele próprio, sobre a democratização da dança, escrito no curso de pós-graduação em ciências políticas e gestão, e outro assinado pelo também educador físico e professor Ricardo Vasques, seu colega em Florianópolis, que apresentou o texto na pós-graduação em dança de salão pela Faculdade Metropolitana de Curitiba (Famec), a única no Brasil que oferece este curso. Com base nisso, ele explica todo o processo para operacionalizar o Baila Floripa e a sua pretensão social.

É ainda no ambiente universitário que Alexandre encontra o primeiro registro sobre o ensino deste gênero de dança com técnica profissional em Florianópolis. Por meio do Departamento Artístico Cultural, em 1988, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) trouxe do Rio de Janeiro o professor Silmar Sidnei da Silva, o conhecido “Silmar Pé-de-Vento”, para um curso de dez dias. “Naquele tempo, era praticamente inimaginável alguém vir de tão longe para dar aula aqui”, conta o pesquisador. Os primeiros inscritos foram um casal de professores da própria instituição, Miriam e Afonso Alles. Ela comentara sobre o autodidatismo da época: “dança de salão não se ensina, se aprende”.

No ano seguinte, este mesmo casal convida para se estabelecer na cidade o professor carioca Silvio Luna, que inaugurou aqui a gafieira Vai Quem Quer, no antigo Clube Penhasco. O evento era itinerante até se fixar no extinto Clube Quinze de Outubro, na Rua Conselheiro Mafra. Já no início da década de 1990, o local se transformou na primeira lambateria da Capital. O ritmo caribenho da lambada era febre nos grandes centros e havia se espalhado com força pelo Brasil, intensificado pela trilha de abertura da novela Rainha da Sucata, da Rede Globo. Foi Luna quem persuadiu para vir a Florianópolis o conterrâneo Edson Nunes, que formou uma grande geração de dançarinos em cerca de 17 anos. Hoje, muitos de seus ex-alunos também são professores e apresentam trabalhos no Baila Floripa.

Sobre o ingresso de Santa Catarina no ensino qualificado e profissional da dança de salão, há quase 25 anos, Alexandre considera que “entramos pela porta da frente. Tínhamos juntos o meio científico da Universidade, o apoio da imprensa, o interesse da alta sociedade e um ritmo explodindo na mídia”. Este conjunto de fatores levou muitos universitários às escolas de dança, bem como as pessoas que a praticavam nos bailes de outrora, nas décadas de 1940, 50 e 60. O que se constata hoje é uma inversão, pois grande parte dos alunos é composta por jovens, até mesmo adolescentes, muitos com desejo de se profissionalizar nesta arte.

Durante o Baila Floripa 2012, o livro estará a venda na secretaria do evento, no Majestic Palace Hotel, a um valor promocional de R$25,00. Posteriormente, será comercializado em eventos de dança e livrarias de Santa Catarina e de outros estados.

 

  • Sobre o autor
    Alexandre Melo, 46 anos, é natural de Jaguaruna, no Litoral Sul do Estado, de onde saiu para estudar Educação Física na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na Capital. Formado em 1988, no ano seguinte iniciou os estudos na dança de salão com o professor Silvio Luna, carioca então radicado em Florianópolis, ocasião em que conheceu a mulher, hoje também professora, Rosita Gevaerd Lino. Em 1990, passou a dar aulas de diversos ritmos, ao mesmo tempo em que frequentava cursos de aperfeiçoamento. É palestrante sobre o tema e já participou de diversas bancas de seleção e avaliação de dançarinos de salão. Pós-graduado em ciências políticas e gestão pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), é funcionário da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Presidiu a Associação Catarinense de Dança de Salão (Acads) entre 2002 e 2006, e coordenou as cinco primeiras edições do Baila Floripa.

Fonte: Assessoria de Imprensa Baila Floripa/Marcos Reichardt Cardoso

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1 Comment

  1. Grande pessoa, grande figura e o principal personagem da existência do Baila Floripa. Até que enfim resolveu escrever o livro. Quero deixar aqui o meu abraço, meu carinho ao grande Alexandre Melo, e que seu sucesso continue pelas estradas da vida.
    abraxxxxx.
    Airton

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